LENDO A HISTÓRIA – A África em Mapas

Olá! Salve todos os viajantes dessa onda chamada História… O que temos no “Lendo a História” agora são mapas. Observaremos dois deles, que tratam da mesma região: a África. Entretanto, teremos que estar atentos às suas peculiaridades, para que a nossa leitura desses mapas seja o mais razoável possível. Vamos então ao primeiro:

Ilustração em um livro de salmos do ano de 1250

Vemos nessa representação do mundo conhecido pelos europeus no século XIII a clara referência bíblica das noções geográficas dos homens do velho continente. Vários elementos contidos nas escrituras são representados no mapa, como por exemplo a Arca de Noé e a Torre de Babel. Ao centro encontra-se Jerusalém, a Terra Santa cristã, além da figura de Deus e seus arcanjos, o mais próximo possível da Europa. Ao sul do mapa detecta-se elementos de um ambiente tórrido e desconhecido, incógnito, como chamavam as terras além do norte africano.

Olhos atentos agora para a nosso segundo mapa:

Mapa produzido em 1375 por Abraão Cresques
Detalhe do mapa acima, destacando o Rei Mali.

A carta acima detalhada nos apresenta uma riqueza de detalhes absurda. Trata-se de um mapa feito um século após o anteriormente mostrado, num contexto em que os europeus já tinham conhecimento sobre as ricas rotas comerciais terrestres africanas. Por esse motivo, não existia a necessidade de transferir a um território já conhecido os malogrados bíblicos. Ao contrário disso, são ilustrados os reis, senhores e fortalezas africanas, que demonstram um desenvolvimento e a posse de riquezas interessantíssimas aos europeus.

Podemos então traçar a diferença entre a mentalidade medieval do homem europeu, que tende a solapar o seu conhecimento bíblico a tudo o que imagina existir, e a transformação desse imaginário em algo pragmático, prático, rentável. Os conhecimentos cartográficos desenvolvidos tendem a servir o comércio, o que não abre brechas para monstros, dragões, serpentes gigantes e outros perigos que afugentariam a todos os viajantes.

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